02/01/2012

Crônicas da solidão


Permita-me que eu comece esse texto ignorando vorazmente o fato de que vocês, leitores, foram dramaticamente deixados ao lento por este sítio da internet - e aja como se nada tivesse acontecido. Mas se porventura você que lê este texto for um empresário de sucesso interessado em investir milhões em blogs de pequeno/médio porte, NÃO DESISTA DA GENTE, O NOSSO NEGÓCIO VAI DE VENTO EM POPA! Contate-nos.

Para esclarecer as frequentes dúvidas sobre minha notável ausência (puta merda, tem muito tempo que eu não escrevo aqui) façamos um breve resumo sobre os últimos meses de 2011: fiz ENEM, estudei pra caralho achando que ia passar, fuderam com o ENEM, me fudi, fiz tudo à toa.


Enfim, me fudi. Quando regressei à sociedade, logo após ter queimado meu material de cursinho em sacrifício a deuses pagãos, o clima de natal já pairava pelo ar, e fui passar o feriado com minha família em outra cidade. Fiquei lá por apenas três dias - e voltei para BH única e exclusivamente pelo meu dever de voltar a escrever aqui. Fodam-se os detalhes, estou morando sozinho.


Como não tenho mais que estudar (tire print desta página, é o único momento em que me verão reclamando por isso), meus solitários dias em casa resumem-se a assistir TV, jogar Team Fortress (onde se lê 'jogar', leia 'humilhar') e me sustentar com uma alimentação à base de frios e comida de microondas (ainda não tenho skills em forno/fogão). Mas não se engane, ainda queria estar estudando (sinta-se à vontade para tirar outro print).

Aprendi muito morando sozinho, aliás - como, por exemplo, que o jantar, de fato, não se faz sozinho (aos meus pais, se estiverem lendo este texto, não se preocupem - estou mantendo uma dieta de vegetais e servindo uma variada seleção de cores no meu prato - agora pulem, por favor, para o próximo parágrafo), portanto na hora da janta eu descobri que é muito mais prático simplesmente abrir a geladeira, montar uns quatro sanduíches de presunto, colocar refrigerante em algum copo sujo e voltar pra TV. Aprendi também as responsabilidades da vida em solitário, meus deveres para com a casa e que sou eu quem deve arcar com as consequências de meus atos. Ou seja, nada importante.

***

Feliz Ano Novo, a propósito. O Clint pode ter lhes desejado isso bem na hora da virada, aliás. Pelo MSN. Esse cara tem colhões.

"Mas eu não vou reclamar tanto, o Cash pode ter ido pra balada ou qualquer outra festa com gente bêbada e música de gosto duvidoso, mas como eu não sou um cara que gosta de festas e muito menos de gente bêbada sem controle de seus fluidos corporais, ganho mais ficando aqui em casa mesmo..."

TEM ALGUÉM COM INVEJA AÍ /\

Falemos sobre o ano novo. A começar, agradeço aos amigos pela puta festa de ontem. Hoje. Sei lá quando foi. Foda-se. Foi boa pra caralho. Quanto à música de gosto duvidoso, por entre os funks e sertanejos, havia algo a se apreciar, como um bom e velho Tenacious D:

Sim, aculturado, é o Jack Black

Passei, finalmente, a virada de ano junto à minha namorada. Supri minha necessidade de tomar um bom energético (risque a parte do 'bom'. Mas foda-se, ele cumpria a sua função de me manter ativo. Nem que seja no banheiro).

(Liguei a TV na Globo e descobri que o Steve Carrell tem um papel em 'Pequena Miss Sunshine'. wtf)

Onde eu estava mesmo? Bom, deixarei o Steve Carrell como desculpa para o fato de que me faltam assuntos e sairei daqui com a promessa de que voltarei. A saga continua.

Fique agora com relatos em primeira pessoa escritos por mim no período entre 21h e 05h30 dos dias 26 e 27 de dezembro do ano passado. Porra, já faz um ano que eu escrevi isso. Teoricamente.

***

"Sinceramente, não sei como pôr uma introdução nesse texto. Comecemos pela minha situação atual: estou no meio da estrada em direção a Belo Horizonte, são 21:25 da noite e não há nenhuma luz à minha volta senão a que ilumina a tela do meu iPod. A partir destes dados, façamos duas observações: a primeira é que eu escrevo justa e simplesmente pelo fato de estar sozinho e entediado enquanto os outros dormem, e prezo pelo cachê que recebo por escrever pro blog (isso foi uma ironia. Não recebo porra menhuma). A segunda observação é que eu costumo passar mal quando escrevo/leio dentro de veículos em movimento, então qualquer pausa estranha neste texto significa que eu estou, nesse exato momento, devolvendo ao ambiente a costelinha que eu comi no jantar, pelo mesmo lugar onde ela entrou (falo da minha boca, seus retardados).

Feitas as considerações adequadas, tratarei de narrar a viagem e meus pensamentos a partir daqui. Começo tomando nota de que é difícil pra caralho escrever aqui. Estou dentro de uma cidade qualquer cujo contingente populacional deve quase se aproximar dos três dígitos decimais (tal tremedeira, aliás, contribui para o retorno da costelinha já citada).

21:44: paramos em uma rodoviária qualquer e aqui entrou um casal na faixa dos quarenta e poucos anos que, em contraste com o restante dos meus colegas de ônibus, conversa pouco discretamente entre si. É um daqueles casais caricatos de novela das 7, e essa foi a melhor descrição que eu consegui dar a eles. Neste exato momento, discutem sobre a ceia do natal, que pela altura da conversa eu sei que consistiu em dois frangos e quatro guaranás. Peguei meus fones de ouvido e agora escuto quase confortavelmente uma boa música.

Vou passar meu primeiro ano novo longe da minha família, o que é, de fato, estranho. Vou, teoricamente, morar sozinho por alguns dias. Não consigo descrever bem a sensação, mas acho que ainda não caiu a ficha de que estou indo embora da cidade (cujo nome manterei em segredo, para que meus diversos inimigos não comecem a me perseguir) onde está toda a metade maternal da minha família.

A propósito, antes que pensem, meu ano novo não vai ser no MSN, como foi o de certo blogueiro fajuto que também ministra esta URL. Mas vou, de alguma forma, estranhar esse reveillon sem a família.

***


Caralho, tá escuro aqui. Sempre olho pela janela do ônibus e aprecio a vista, compartilhá-la-ei (tá certo isso? Bom, foda-se) com vocês:

Bonito, né?

02:19 tem uma mulher que ronca do meu lado. A porta do banheiro emperrou.

02:33 não é a mulher do meu lado que ronca. É o casal da novela das 7.

Daí pra frente eu dormi. Acordei com algum passageiro travando uma batalha com a porta do banheiro emperrada. Aliás, metade do ônibus acordou, eu acho. E vale ressaltar que a porta saiu vitoriosa."

***
Dormi depois disso. Para compensar a falta de conclusão do textículo, deixo ao fim este .gif animado do He-man.
O melhor .gif da internet.

O que mais? Assisti Senhor dos Anéis. Aliás, agora chama Senhor dos Aneis. A capa do DVD da errada. Lol. Foda-se. Até a próxima.

Um comentário:

  1. HAHAHAHAHAHAHA Muito bom, valeu a pena esperar.. Detalhe no fato de usar copo sujo, memsa coisa aqui.. Nada melhor do que ouvir Tenacious D numa festa ainda mais com os bons e velhos amigos, embora um 'fajuto' não QUIS comparecer. Issu ae sua viagem pareceu ser bem hardcore e LOTR ftw !!
    Obs.: Gif da hora !!!

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